Não é nenhuma novidade que o desmatamento na Amazônia tem crescido, e com o mês de maio tendo registrado a maior alta mensal já identificada na história do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), – com 1.391 km2 de devastação.
Em 2020, o desmatamento já havia aumentado 9% na Amazônia, segundo dados do MapBiomas. No entanto, o que tem chamado mais atenção é que o volume de multas não acompanha o desmatamento, já que caíram pela metade em relação a 2018, segundo levantamento do Observatório do Clima.
“Mesmo com o ‘reforço’ de mais de três mil militares desde maio do ano passado. Os embargos despencaram 85% no mesmo período. Neste ano, os militares estão em condições bem distintas e pioradas. O novo decreto [de 28 de junho] estabelece que eles atuarão apenas em áreas da União, em 26 municípios considerados prioritários, em quatro estados (AM, RO, PA e MT)”, destaca o OC.
Situação pode piorar
A crítica da entidade também tem relação com o fato de que o texto do decreto revela “aos criminosos onde é que as tropas vão se movimentar”. Além disso, não estabelece um plano de combate ao fogo, treinamento de brigadas ou fornecimento de equipamentos.
“Embora a situação meteorológica tenda a ser menos grave que a de 2020, o Centro-Sul do país enfrenta sua pior seca em 91 anos, o que além de causar a baixa nos reservatórios também aumenta o risco de fogo na porção sul da Amazônia.”
O Observatório do Clima lembra que desde junho o norte de Mato Grosso, o sudeste do Pará e partes de Rondônia e do Acre estão sob risco “crítico” de queimadas, segundo o Inpe.