Dieta à base de plantas pode reduzir declínio cognitivo

De acordo com uma pesquisa da Universidade Nacional de Singapura (NUS), e publicada em outubro no American Journal of Clinical Nutrition, classificado como um dos periódicos acadêmicos mais confiáveis sobre nutrição, uma dieta à base de plantas rica em verduras, legumes, frutas, oleaginosas, leguminosas e grãos integrais pode ajudar a reduzir o declínio cognitivo na velhice.

O estudo liderado pela professora da Faculdade de Saúde Pública da NUS, Koh Woon Puay, examinou dados baseados em hábitos alimentares de 16.948 pessoas que receberam acompanhamento de 2014 a 2016. Do total, 14,4% apresentaram comprometimento cognitivo, que pode favorecer o surgimento de doenças como Alzheimer.

Segundo os pesquisadores, aqueles que já seguiam na meia-idade uma dieta baseada principalmente em plantas manifestaram de 18 a 33% menos probabilidade de declínio cognitivo em comparação àqueles que têm uma dieta rica em alimentos de origem animal.

“Nosso estudo sugere que a manutenção de um padrão alimentar [saudável] é importante para a prevenção do aparecimento e atraso do comprometimento cognitivo”, disse Puay ao Medical News Today em matéria publicada na segunda-feira (18).

Estudo associa consumo de carne com risco de doenças cardíacas

Em um estudo recente publicado no European Heart Journal, periódico de cardiologia editado pela Universidade de Oxford, os pesquisadores do Cleveland Clinic Center descobriram por que o consumo de carne pode aumentar o risco de doenças cardíacas, e como o papel das bactérias intestinais influenciam nisso.

Segundo a pesquisa, o N-óxido de trimetilamina (TMAO), um subproduto formado pelas bactérias intestinais durante a digestão, pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, incluindo ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). O TMAO é produzido quando as bactérias do intestino digerem colina, lecitina e carnitina, nutrientes abundantes em produtos de origem animal.

O N-óxido de trimetilamina (TMAO), um subproduto formado pelas bactérias intestinais durante a digestão, pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Acervo: Getty Images)

De acordo com o estudo, uma dieta rica em carne vermelha como fonte de proteína primária, por exemplo, aumenta significativamente os níveis circulantes de TMAO em comparação com dietas sem fontes de proteína de origem animal; o que pode comprometer a eficiência dos rins e favorecer o surgimento de aterosclerose, além de doenças cardíacas.

Os 113 participantes da pesquisa receberam refeições completas com carne vermelha, carne branca ou uma fonte de proteína de origem vegetal. Após um mês seguindo a dieta, os níveis de TMAO daqueles que consumiram carne vermelha aumentaram três vezes mais, com alguns pacientes chegando a um aumento de dez vezes mais concentração de TMAO. Com isso, a pesquisa revelou que as escolhas dietéticas realmente afetam a função renal, alterando a eficácia dos rins na hora de excretar carnitina e outros metabólitos derivados da carnitina.

“Sabemos que fatores como estilo de vida são determinantes para a saúde cardiovascular e essas descobertas se baseiam em nossa pesquisa anterior sobre a ligação do TMAO com doenças cardíacas. A pesquisa fornece mais evidências de como as intervenções dietéticas podem ser uma estratégia de tratamento eficaz para reduzir os níveis de TMAO e reduzir o risco subsequente de doenças cardíacas”, enfatiza o pesquisador e diretor da Cleveland Clinic Center for Microbiome and Human Health, Stanley L. Hazen.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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