
Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e publicado na revista científica Nature Aging conclui que uma dieta à base de vegetais é benéfica à memória.
O estudo usou como referência a dieta planetária, em que se prioriza alimentos vegetais, e também como fontes de proteínas (como as leguminosas). O objetivo com o estudo foi avaliar se uma dieta que surge para beneficiar o planeta, já que a finalidade é promover uma grande redução do consumo de produtos de origem animal, considerando o seu impacto ambiental, poderia ser benéfica à saúde cognitiva.
A conclusão, segundo a coordenadora do estudo e professora de geriatria do Departamento de Clínica Médica da USP, Claudia Kimie Suemoto, foi que sim. O estudo que contou com dados de 11.737 participantes com idade média de 51,6 anos aponta que priorizar também proteínas de origem vegetal em vez de animal foi associado a um declínio mais lento da memória.
O que o estudo também sugere é que na recomendação de uma dieta planetária é preciso levar em conta as diferenças de renda e de hábitos alimentares para que ocorra uma grande adesão. Isso quer dizer que a dieta deve ser adaptada à realidade de cada um, de acordo também com seus gostos e possibilidades.
A importância desse apontamento está no reconhecimento de que se uma alimentação como essa pode resultar em uma mudança em relação à saúde e ao meio ambiente, é preciso que informações como essa cheguem ao maior número possível de pessoas e que sejam promovidas de uma forma que realmente leve à sua prática.
Há também uma observação de que no almoço, por exemplo, pelo menos metade do prato deve conter verduras, principalmente escuras, e legumes. É importante lembrar que é recomendado priorizar o consumo de vegetais em suas formas mais saudáveis. A dieta também deve estar associada a outros hábitos saudáveis.
Clique aqui para ter acesso ao estudo “Adherence to the planetary health diet and cognitive decline: findings from the ELSA-Brasil study“.
Curiosidade
54% dos 11.737 participantes do estudo são mulheres.
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