Doyle von Frankenstein, vegano por respeito aos animais

Doyle, que já gostava de animais, decidiu tornar-se vegano em 2014 (Foto: Divulgação)

Guitarrista do Misfits, uma das bandas que criou e moldou o horror punk, Doyle Wolfgang von Frankenstein ingressou no mundo da música em 1980, por influência do seu irmão, o baixista Jerry Only, e do vocalista Glenn Danzig, que o ensinaram a tocar guitarra. De lá para cá, ele gravou álbuns que tornaram-se clássicos, como “Walk Among Us” e “Evilive” de 1982; “Earth A.D./Wolfs Blood, de 1983; e “American Psycho”, de 1997.

Ao longo dos anos, Doyle começou a ser reconhecido como uma das faces do Misfits, e não apenas por causa do estilo macambúzio que remete aos clássicos filmes de terror, mas também por sua personalidade irreverente e pelo bom condicionamento físico preservado mesmo depois de décadas.

Acostumado a consumir muita proteína de origem animal, no dia 1º de janeiro de 2014 o guitarrista do Misfits, que segue em carreira solo desde 2007, decidiu tornar-se vegano, o que surpreendeu muita gente, principalmente quem conhecia o seu trabalho, mas acreditava que veganismo e ganho ou manutenção de massa muscular não parecia uma boa combinação.

A transição de Doyle foi incentivada pela namorada Alissa White-Gluz, vocalista da banda
sueca de death metal Arch Enemy, que já era vegana e nunca consumiu carne, de acordo com uma entrevista feita com o guitarrista do Misfits pelo The Vintage Vegans e publicada em 25 de maio de 2016.

“Ela me mostrou o que eles fazem com os animais”

Antes de virar vegano, sempre que Doyle saía com Alissa, eles iam a algum restaurante vegano, e aos poucos ele foi conhecendo um novo universo de possibilidades alimentares. Quando experimentava algo novo, ele se surpreendia com o sabor.

“Então ela me mostrou o que eles fazem com os animais, e todas essas malditas indústrias, e como somos uns fodidos para eles [os animais]. Gosto de animais, então foi difícil assistir isso. Sou muito mais saudável [agora]. Sinto que é ético. Não é apenas por razões de saúde”, afirmou ao Village Voice em publicação de 4 de maio de 2015.

Ele também comentou que desde então não quer deixar “uma trilha de morte e destruição” – em referência ao consumo de produtos que envolvem exploração animal. Um dos alimentos preferidos de Doyle é o seitan, inclusive é uma das suas mais importantes e preferidas fontes de proteínas. ‘Sou um adorador de seitan. Alissa e eu o preparamos muitas vezes em casa. É feito de glúten de trigo vital, muito rico em proteínas. Também tomo suplemento proteico”, revelou ao Vintage Vegans.

“Costumo dizer que os veganos é que são os caçadores”

Quando está excursionando com sua banda solo, Doyle usa um aplicativo chamado HappyCow para localizar restaurantes veganos ou que ofereçam pratos veganos. “Costumo dizer que os veganos é que são os caçadores”, comentou em tom bem-humorado ao Vintage Vegans. O guitarrista garante que o veganismo já faz parte de todos os aspectos de sua vida, tanto que, segundo ele, até mesmo a maquiagem usada no palco é vegana – Clown White, da marca Mehron.

Em publicação da News Noise Magazine de 13 de março de 2017, Doyle von Frankenstein deixou claro que embora não aborde o veganismo em suas músicas, nem por isso deixa de motivar os mais jovens a considerarem uma transição. Na entrevista, Gen Handley brincou com o guitarrista, perguntando se homens de verdade comem carne. Com a sua típica irreverência, ele respondeu: “Não…homens de verdade são veganos, obviamente.”

Saiba Mais

Doyle Wolfgang von Frankenstein nasceu em 15 de setembro de 1964 em Lodi, New Jersey.

Em 2005, Doyle fundou o Gorgeous Frankenstein, que lançou um disco homônimo em 2007. Mais tarde, ele mudou o nome da banda para Doyle, e lançou o álbum “Abominator” em 2013. Em 2017, ele lançou “Doyle II: As We Die”.

Em 1990, ele, Jerry Only, The Murp, Jeff Scott Soto e Dave Sabo gravaram o EP “Deliver Us From Evil”, sob o nome Kryst the Conqueror – projeto fundado por Jerry e Doyle.

Matéria atualizada em 24/06/2021.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

2 respostas

  1. Ótima reportagem. Também sou vegano e do Rock, e é sempre bom ter boas referências não só na música quanto na vida pessoal deles.

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