DxE São Paulo prepara ato para o Dia Mundial Anti-McDonald’s

A nova coordenação do Direct Action Everywhere (DxE) São Paulo, que atua na defesa dos direitos animais, está preparando um ato para o Dia Mundial Anti-McDonald’s, que será no dia 16.

A data surgiu primeiro nos anos 1980 para institucionalizar um dia de boicote e protesto contra a rede multinacional de fast-food. O ponto de encontro será nas catracas da Estação Vergueiro, às 14h.

“O dia 16 de outubro, Dia Internacional da Alimentação decretado pela ONU em 1994, também é conhecido como Dia Anti-McDonald’s e foi justamente por causa desse evento que esse dia foi escolhido”, explica o DxE São Paulo.

“A rede de fast-food é responsável por exploração animal e associação com desmatamento, destruição de habitats e trabalho análogo ao escravo.” O objetivo também é refletir sobre o impacto do fast-food do McDonald’s para a saúde.

Em março deste ano, a ONG Repórter Brasil publicou o relatório “McDonald’s: As pegadas de um gigante”, que denuncia a relação da multinacional com violações de direitos trabalhistas, trabalho análogo ao escravo e impactos ambientais no Brasil.

“Além de importante mercado consumidor, o Brasil é um relevante país de origem dos produtos que o McDonald’s comercializa, tanto localmente como em nível global. Carne bovina, café e suco de laranja são exemplos de itens de origem brasileira frequentemente presentes nos cardápios da rede. O país também é um relevante fornecedor da soja utilizada para alimentar os frangos vendidos nos restaurantes”, destaca o relatório.

“São setores agropecuários ligados a uma grande variedade de problemas. Abrangem violações de direitos trabalhistas – e até mesmo trabalho escravo, nos casos mais graves –, impactos deletérios ao meio ambiente, como o desmatamento de florestas, e prejuízos a comunidades tradicionais. No Brasil, esse tipo de situação ocorre mesmo em propriedades certificadas, que são a origem de grande parte dos produtos considerados prioritários no McDonald’s para o monitoramento socioambiental.”

Conforme o relatório, o McDonald’s não dispõe de mecanismos eficientes para identificar e, consequentemente, monitorar tais fazendas de origem de seus produtos – os chamados fornecedores indiretos. E é neles que se concentram grande parte dos casos de desmatamento e trabalho análogo ao escravo.

Os frigoríficos cadastrados como fornecedores diretos do McDonald’s também carecem de mecanismos dessa natureza. Caso exemplar disso é a JBS, o maior frigorífico brasileiro, dono de um longo histórico de fornecimento para o McDonald’s no país.

“A empresa possui fábricas de hambúrgueres em Campo Grande (MS), Lins (SP) e Osasco (SP). As operações da JBS em Campo Grande já foram mencionadas em publicações sobre fazendas que utilizaram mão de obra escrava ou investigadas pelo uso ilegal de fogo no Pantanal.”

Um relatório da Repórter Brasil mostrou que, em 2019, o frigorífico comprou animais da Fazenda Copacabana, onde foram resgatados nove indígenas que trabalhavam em condições degradantes, instalados em barracos precários e sem acesso a água potável.

Segundo outro relatório, publicado pelo Greenpeace Internacional, as operações da JBS no município também abateram gado de um fornecedor direto que anteriormente havia adquirido animais da Fazenda Bonsucesso, onde mais de 17,2 mil hectares foram incendiados em 2020.

Clique aqui para saber mais sobre a ação do DxE São Paulo ou para confirmar participação.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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