Fazenda suspeita de fornecer animais para a farra do boi é fiscalizada em Tijucas (SC)

Localizaram em Tijucas, na Grande Florianópolis, uma fazenda suspeita de fornecer animais para a farra do boi (Foto: Polícia Militar de Santa Catarina)

A Polícia Militar e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) divulgaram ontem que, como resultado de uma operação conjunta, conseguiram localizar em Tijucas, na Grande Florianópolis, uma fazenda suspeita de fornecer animais para a farra do boi.

Depois de receber uma denúncia, os agentes foram até a propriedade onde constataram que havia menos bovinos do que a quantidade registrada pelo órgão responsável. Agora, se o proprietário não apresentar os animais ausentes, a propriedade vai ser embargada e autuada, embora a Polícia Militar não tenha informado o prazo.

Na farra do boi é comum os criadores doarem ou venderem algum animal depois de retirarem o brinco do boi. Isso é feito para evitar que a PM identifique a procedência do animal e responsabilize o proprietário.

Proibida no Brasil há 20 anos, a farra do boi ainda continua a ser realizada ilegalmente em Santa Catarina, onde a prática quase sempre termina com a morte do animal, seja em decorrência da violência da “farra” ou da execução durante a captura do boi por parte da Polícia Militar.

No início do mês, o movimento Brasil Contra Farra (BCF) encomendou com o Grupo de Advocacia Animalista Voluntário de São Paulo (GAAV) uma inédita Ação Civil Pública (ACP) pedindo o fim do abate sanitário dos bois sem brinco e a construção de um santuário, custeado pelo Estado, para tutelar os animais resgatados da farra do boi. A titularidade da ação foi assinada pela ONG Princípio Animal.

A justificativa é que quando os animais são recolhidos da farra, ainda assim são abatidos. Se não pelas mãos dos farristas, acabam mortos pelas mãos do Estado devido às rígidas normas de vigilância sanitária da Cidasc.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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