Fogo já atingiu 28% da área do Pantanal

(Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

De acordo com informações do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),o fogo já atingiu 28% da área do Pantanal. Isso significa 4,2 milhões de hectares afetados de forma direta pelas queimadas.

Considerando também dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a situação é preocupante e parece pior ainda se compararmos 2019 com 2020.

Enquanto do princípio de 2020 pra cá o Pantanal já registrou 21.115 focos de calor, no mesmo período de 2019 o total foi de 4.413 – o que representa um aumento de mais de 478%.

Vale lembrar que em setembro o Pantanal registrou aumento de 417% dos incêndios florestais em comparação com a média mensal do bioma.

Em outubro, o pesquisador da Embrapa Pantanal, Walfrido Moraes Tomas, disse que a pior previsão para o Pantanal é de um futuro em que a temperatura média pode subir mais sete graus.

59,9% de áreas desmatadas ocupadas por pastagens 

Esse aumento seria agravado por uma redução de 30% do nível de chuvas em relação à média. Hoje o Pantanal já vive uma realidade bastante preocupante – de temperatura de 40 graus e umidade abaixo de 20%.

A agropecuária é apontada como principal agravante da situação, considerando que todas as investigações apontam para o início das queimadas em fazendas de gado.

Segundo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 59,9% da área perdida no Pantanal foi transformada em pasto em 18 anos. Ou seja, basicamente a criação de gado é o que mais motivou e ainda motiva o desmatamento na região.

“A maioria (59,9%) das alterações verificadas, a partir de 2010, corresponde a conversões para pastagem com manejo sobre áreas naturais campestres”, reforça o IBGE.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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