Mais de 80% do desmatamento ocorrido no Brasil no período de 1990 a 2005 está associado à conversão de terras em pastagens, segundo o relatório “O estado das florestas no mundo”, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Nesse período, a participação da formação de pastagens no desflorestamento é maior no Brasil do que em países como Argentina, Bolívia, Paraguai, Venezuela, Colômbia e Peru.
Segundo a FAO, além das pastagens, o cultivo comercial foi responsável por 10% do desmatamento, enquanto outras formas de exploração da terra, como o cultivo em pequena escala, agricultura mista e infraestrutura responderam juntas pelos outros 10%.
Analisando os sete países, o estudo revela que 71% do desmatamento ocorreu como consequência do aumento da demanda por pastos, enquanto que 14% devido aos cultivos comerciais e menos de 2% em consequência da infraestrutura e expansão urbana.
O aumento das pastagens para produção de alimentos de origem animal causou a perda de ao menos um terço das florestas em seis dos países avaliados. Na Argentina, a expansão dos pastos culminou em 45% do desflorestamento de 1990 a 2005.
O estudo destaca ainda que a agropecuária é a principal causadora do desmatamento na América Latina. Segundo a FAO, em vários países as subvenções agrícolas em grande escala fomentaram o desflorestamento, já que aumentam a rentabilidade da produção agropecuária e geram pressão para ampliar a fronteira agrícola. Exemplos disso na região são o pastoreio extensivo e a produção de soja em escala industrial.