Governo dinamarquês vai investir mais de € 168 milhões em alimentos à base de vegetais

O plano foi apoiado por todos os principais partidos do Parlamento (Foto: Parlamento dinamarquês/Divulgação)

O governo dinamarquês anunciou esta semana investimento de 1,25 bilhão de coroas suecas – valor equivalente a mais de € 168 milhões ou mais de R$ 1 bilhão – em pesquisa, desenvolvimento e produção de alimentos à base de vegetais.

Os investimentos fazem parte de um plano de sustentabilidade que visa reduzir o impacto ambiental da Dinamarca a partir do sistema alimentar. O Good Food Institute (GFI) Europa destaca que este será o maior investimento governamental em pesquisa e desenvolvimento à base de vegetais dentro da União Europeia.

O plano foi apoiado por todos os principais partidos do Parlamento que reconheceram a produção de alimentos à base de vegetais como um “elemento central para uma transição verde”. Também compõe o plano a criação de uma série de metas de produção e vendas desses produtos.

“Migrar para a carne vegetal pode reduzir as emissões climáticas em até 90% em comparação com a pecuária”, frisa o GFI Europa. Para apoiar também esse mercado, a Dinamarca criará o Fundo para Produtos Alimentícios à Base de Vegetais.

“É uma grande conquista ter um plano de ação nacional para alimentos à base de vegetais com objetivos específicos, com a Dinamarca investindo mais de um bilhão de coroas nessa área”, disse o secretário-geral da Sociedade Vegetariana da Dinamarca, Rune-Christoffer Dragsdahl.

Potencial para mais empregos

“Esse acordo criará milhares de empregos. Se mais fundos forem reservados posteriormente como parte das negociações em andamento sobre o investimento em pesquisa, poderemos ver dezenas de milhares de novos empregos.”

A gerente de políticas do GFI Europa, Acacia Smith, também celebrou o anúncio: “A Dinamarca reconheceu o enorme potencial das proteínas sustentáveis ​​para reduzir as emissões agrícolas e se estabeleceu como o maior investidor público da Europa em inovação em alimentos à base de vegetais.”

Acacia também declarou que enquanto se preparam a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), os governos do mundo todo devem incluir a carne vegetal e cultivada em seus planos climáticos.

“Se eles querem realmente cumprir o Acordo de Paris e construir economias verdes e fortes, eles devem seguir o exemplo da Dinamarca e investir para levar proteínas sustentáveis ​​aos pratos dos consumidores.”

Como serão distribuídos os recursos

Ao longo dos próximos nove anos, o governo dinamarquês destinará, por meio do Fundo para Produtos Alimentícios à Base de Vegetais, 675 milhões de coroas dinamarquesas – o equivalente a R$ 573,81 milhões – para o desenvolvimento e promoção de produtos.

Já os agricultores que farão parte de um “ecoesquema” de produção de proteínas de origem vegetal para consumo humano receberão um bônus de 580 milhões de coroas dinamarquesas – o equivalente a R$ 497,41 milhões.

O plano também deve incorporar e ampliar um esquema existente já financiado pela União Europeia que fornece financiamento para “tecnologia ambiental”. O governo da Dinamarca pretende expandi-lo para incluir equipamentos de processamento de alimentos à base de vegetais.

Além disso, 260 milhões de coroas dinamarquesas – o equivalente a R$ 223,13 milhões – serão destinados ao longo de cinco anos a uma estratégia para “proteínas verdes” destinadas a humanos e animais – o que deve contemplar proteínas a partir de fermentação de precisão, carne cultivada e ração animal.

Gosta do trabalho da Vegazeta? Colabore realizando uma doação de qualquer valor clicando no botão abaixo: 




Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *