Haddad promete desmatamento zero até 2022

O candidato enfatiza em seu programa que o governo não pode mais ser conivente e omisso em relação ao fato de que sem florestas não há chuvas e sem chuvas não há água (Foto: Divulgação) 

Como parte de uma iniciativa que visa coibir as agressões ao meio ambiente, o candidato à presidência Fernando Haddad (PT) está prometendo zerar até 2022 o desmatamento no Brasil e reflorestar as áreas comprometidas por práticas ilegais de derrubada de mata.

O compromisso faz parte das políticas de transição ecológica do plano de governo para a gestão 2019-2022. Haddad explica que as áreas já utilizadas no Brasil são o suficiente para atender tanto as demandas internas quanto externas (de exportação), no que diz respeito a alimentos e produtos. O que falta é a responsabilidade de gerir isso com eficiência.

“Nesse sentido, assumimos o compromisso com a taxa de desmatamento líquido zero até 2022. Para a expansão da produção, os mais de 240 milhões de hectares já abertos para a agricultura no Brasil devem ser usados de forma mais eficiente”, destaca. De acordo com informações do Observatório do Clima, a meta é alcançável, desde que o governo consiga manter uma média de 7.000 km² de reflorestamento por ano.

Segundo Haddad, o fim da expansão da fronteira agropecuária é fundamental para a preservação da biodiversidade e para a prosperidade socioeconômica do país sem prejudicar a fauna, a flora e a manutenção dos meios de vida de povos do campo, das florestas e das águas – no que diz respeito à provisão de água, regulação do clima, fertilização e formação de solos.

O candidato enfatiza em seu programa que o governo não pode mais ser conivente e omisso em relação ao fato de que sem florestas não há chuvas e sem chuvas não há água, o que pode agravar inclusive o racionamento nas metrópoles e em muitas outras cidades brasileiras. Para garantir isso, promete mais rigor e mais fiscalização no cumprimento imediato do Código Florestal, incluindo o Cadastramento Ambiental Rural (CAR), que permite mapear propriedades, prevenir o desmatamento e localizar em tempo hábil ações nocivas ao meio ambiente.

Há também a promessa de fortalecimento da proteção das unidades de conservação e outros bens da natureza. “A conservação da biodiversidade brasileira é realizada em grande medida pelos povos do campo, das águas e das florestas. Por isso, o governo vai assegurar seus direitos territoriais, enfrentar os conflitos socioambientais e estimular a economia da floresta, com políticas de valorização dos produtos da sociobiodiversidade, assim como de mecanismos de garantia de preço e valorização da conservação dos biomas”, garante.

Lembrando que a Amazônia é a maior cobertura de floresta tropical do planeta, e concentra 98% das terras indígenas e 77% das unidades de conservação, que, somadas aos territórios quilombolas, representam 32% da superfície do Brasil, o candidato enfatiza que todos os povos que compõem esse cenário terão seus direitos assegurados e serão beneficiados pela transição ecológica – incluindo também comunidades de seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, quebradeiras de coco babaçu e assentados da reforma agrária.

“A transição ecológica traz para a Amazônia a oportunidade de ter um papel de liderança na criação de alternativas capazes de enfrentar os desafios das crises econômica e ambiental. A região, responsável por cerca de 1/5 da água doce do mundo, captura em suas ricas florestas e solos quantidades substanciais de carbono que, do contrário, se concentrariam na atmosfera, gerando aquecimento global”, informa Fernando Haddad.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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