Uma investigação realizada pela ONG Repórter Brasil com base em dados da ONG Instituto Centro de Vida, que identificou a origem dos primeiros focos de incêndios que se alastraram e foram determinantes na devastação de 20% do bioma pantaneiro, reforça a associação entre queimadas e produção de carne.
Depois de ter acesso a um estudo do ICV que analisa os focos de incêndio nos meses de julho e agosto, a Repórter Brasil descobriu que o fogo que originou uma situação caótica sem precedentes começou em cinco propriedades de criação de gado em Poconé (MT), a 100 quilômetros de Cuiabá. E atualmente os donos desses imóveis rurais estão sendo investigados pela Polícia Federal.
Um deles é Raimundo Cardoso Costa, proprietário da Fazenda Comitiva, onde a queimada se iniciou em 20 de julho, culminando em 171 focos de incêndio. “Raimundo Cardoso Costa é proprietário de outra fazenda, vizinha à Comitiva, chamada Recanto das Onças”, informa a Repórter Brasil.
Fornecedores dos frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva
Costa vende gado para o grupo Bom Futuro que é fornecedor da JBS, Marfrig e Minerva, segundo a ONG. Outro fazendeiro associado às queimadas é José Sebastião Gomes da Silva, proprietário da Fazenda Espírito Santo, que gerou 73 focos de incêndio.
Conforme apurado pela Repórter Brasil, ele repassa gado para a Fazenda Rio Bonito, de Elza Junqueira de Carvalho Dias, fornecedora da JBS e Marfrig.
“A Fazenda Formosa também é fornecedora da Amaggi Pecuária. A empresa faz parte do grupo Amaggi, da família do político Blairo Maggi.” O grupo também é fornecedor da JBS, Marfrig e Minerva.
Na primeira quinzena de setembro, a Polícia Federal fez buscas e apreensões em quatro fazendas de gado, após as primeiras suspeitas de que o fogo começou nessas localidades para a formação de novas pastagens.
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