Ontem (18), o Good Food Institute divulgou que a indústria de proteínas alternativas levantou 3,1 bilhões de dólares em investimentos em 2020, o que significa três vezes mais do que em qualquer outro ano.
O valor, hoje equivalente a mais de R$ 17 bilhões, surpreende porque o mundo ainda passa por uma crise em decorrência da pandemia de covid-19. No entanto, nada disso tem desestimulado investimentos em proteínas alternativas.
“No ano passado, a indústria de proteínas alternativas demonstrou não apenas resiliência, mas também aceleração, levantando significativamente mais capital em 2020 do que em anos anteriores”, disse a diretora de engajamento corporativo da GFI, Caroline Bushnell.
E acrescentou: “Essas infusões de capital e o financiamento que ainda está por vir facilitarão a tão necessária pesquisa e desenvolvimento e a construção de capacidade para permitir que essas empresas alcancem mais consumidores com produtos proteicos alternativos deliciosos, baratos e acessíveis.”
De 667 milhões para 2,1 bilhões de dólares
De acordo com o GFI, dos 5,9 bilhões de dólares levantados por empresas de proteínas alternativas na última década, mais da metade dos investimentos foi garantido em 2020. Os números envolvem alternativas às carnes, ovos e laticínios a partir de vegetais, carne cultivada e proteínas fermentadas.
“Enquanto o mundo se concentra em um horizonte pós-pandêmico e na meta global de emissões líquidas zero, os investidores estão percebendo rapidamente que o risco climático é um risco de investimento, tornando as soluções sustentáveis para a produção de proteínas atrativas por razões que vão muito além dos resultados financeiros”, destaca Maia Keerie na publicação do GFI.
Em números específicos, as empresas de carnes, ovos e laticínios à base de vegetais receberam 2,1 bilhões de dólares em investimentos em 2020. Isso é mais do que três vezes os 667 milhões de dólares obtidos em 2019.
“A comunidade de investidores está despertando para o enorme potencial social e econômico da tecnologia de alimentos para reformar radicalmente nosso sistema alimentar”, avalia Sharyn Murray, especialista sênior em engajamento de investidores da GFI.
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