Havia um leitãozinho sendo engordado para o Natal, mantido no quintal – preso no cercadinho. Assistia cão e gato indo de um lado ao outro – ia e voltava. Queria brincar.
Enfiava o focinho corado entre as estacas. Cheirava pra sentir alguma coisa. Esfregava orelhas. Olhava pra cima e a chuva caía pesada, torrente. Encolhia-se num cantinho – cão e gato já dentro de casa.
Tremia no cercadinho descoberto. Não conseguia pular – pernas curtinhas que afundavam na lama. Sentia frio – gemia no cantinho. As horas passavam, chuva gelada não.
Tentava procurar cão e gato. Olhos não encontravam – só a mantinha na janela. De manhã, só restava um corpinho gelado e arroxeado, sem vida, hipotermia. Dizem que chega outro amanhã, de raça mais resistente.
Uma resposta
Especismo tão injusto quanto revoltante. Tentei cpt, mas não foi possível.