Ativistas pedem que Maia paute PL que proíbe o abate de jumentos

Nos últimos anos, alguns criadores e representantes do governo brasileiro e baiano passaram a viabilizar o abate desses animais (Foto: Divulgação)

Criado pelo deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), o PL 1218/2019 quer elevar o jumento a patrimônio nacional e proibir o abate do animal em todo o país. Atualmente a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos tem feito um apelo a todos que são contra o envio dos jumentos aos matadouros para enviarem mensagens via Instagram ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A recomendação é pedir que Maia paute o projeto e o envie para votação na Semana Nacional dos Projetos da Causa Animal em agosto. Segundo Izar, não há como aceitar os maus-tratos a que estão sendo submetidos esses animais, apenas visando a exploração comercial.

Inserido na cultura brasileira, os jumentos foram explorados como animais de carga por séculos. Porém, recentemente passaram a ser considerados desnecessários para essa finalidade.

Por isso, nos últimos anos alguns criadores de animais e representantes do governo brasileiro e baiano passaram a viabilizar o abate dos jumentos, inclusive daqueles que são abandonados pelos proprietários – o que é uma solução fácil e inadequada para um problema complexo.

Além disso, o consumo da carne de jumento não faz parte dos hábitos dos brasileiros, até porque há uma relação de familiaridade e consideração que se perpetuou culturalmente em relação aos jumentos a partir do século 16.

No entanto, a China que mata cerca de 1,5 milhão de jumentos por ano, tanto para o consumo de carne quanto para a utilização na medicina chinesa, tem dialogado com o governo brasileiro desde 2015, onde a criação de jumentos é uma tradição, na tentativa de intensificar a exportação desses animais com finalidade de abate.

Em 1977, Chico Buarque já cantava sobre a cruel realidade servil desse animal na música “O Jumento”: “Jumento não é o grande malandro da praça. Trabalha, trabalha de graça. Não agrada ninguém. Nem nome não tem…”

Uma prova de que o valor atribuído ao jumento normalmente se resume à sua força é que os animais mais fortes podem não ter preço, mas aqueles que já apresentam algum tipo de desgaste, não raramente são abandonados, abatidos ou comercializados por não mais do que alguns reais.

Rodrigo Maia no Instagram: @rodrigomaiarj

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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