Marcas de carnes vegetais “trocam farpas” nos EUA

Esta semana as maiores empresas de carnes vegetais travaram uma discussão depois que a marca Lightlife publicou uma carta aberta no New York Times criticando os produtos da Beyond Meat e Impossible Foods. Até mesmo a JBS entrou na briga por meio da sua foodtech Planterra.

A Lightlife, que pertence à Maple Leaf Foods, gigante canadense da indústria de processamento de carne, classificou os produtos da Beyond Meat e Impossible Foods como prejudiciais à saúde e um desrespeito aos consumidores.

Segundo a Lightlife, os produtos dessas marcas “que buscam imitar a carne a qualquer custo” são excessivamente processados e desenvolvidos a partir de organismos geneticamente modificados (OGMs) e contam com desnecessários aditivos e “sangue falso”.

Beyond Meat e Impossible Foods reagem às acusações

Um porta-voz da Beyond Meat disse ao Vegconomist que as acusações são levianas, afirmando que a própria embalagem do produto deixa claro que não há uso de OGM, aditivos sintéticos ou carcinógenos.

Já a Impossible Foods foi mais agressiva em carta aberta e definiu a atitude da Lightlife como uma campanha apoiada em “argumentos espúrios tipicamente usados pela indústria da carne [em referência ao fato de a marca canadense pertencer à Maple Leaf, uma das gigantes da indústria da carne na América do Norte]”.

A Impossible apontou que não faz sentido criticar produtos com base em número de ingredientes, mas sim em qualidade. “A intenção é distrair os consumidores da óbvia inferioridade dos produtos Lightlife e Maple Leaf.”

Além disso, a Lightlife foi acusada de apontar o dedo para essas empresas enquanto investe em produtos semelhantes, incluindo imitação de “sangue falso”.

Brasileira JBS entrou na discussão por meio da Planterra

A discussão também trouxe à tona se há uma preocupação realmente com o consumidor ou se trata apenas de uma briga por protagonismo no cenário global de alternativas à carne. Outros destacaram que o mais importante é que menos animais sejam abatidos para consumo.

A brasileira JBS também entrou na discussão, por meio de sua empresa de alimentos à base de vegetais Planterra, sediada nos EUA. Mas em vez de apoiar a Lightlife ficou do lado da Impossible Foods e Beyond Meat.

“Para ser claro, as carnes à base de vegetais já existem há décadas e seríamos negligentes se não reservássemos um momento para agradecer a Beyond Meat e Impossible Foods, que iluminaram este espaço e ajudaram a elevá-lo até onde estamos hoje. Acredito que seja importante reconhecer o quanto essa indústria evoluiu, mas estamos apenas começando”, declarou a CEO da Planterra, Darcey Macken.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. Gente, melhor deixar a turma das “carnes” vegetais ou não, brigando e gastando energia à toa, bora continuar consumindo o que nós , veganos, gostamos porque já está de bom tamanho e nem precisava tanto, a variedade de produtos prontos, que a Mãe Natureza se esmerou em fabricar com tudo de bom que a terra tem. Sem essa de queimar as pestanas pra inventar aquilo que não precisa, só pra chegar perto do gosto que tem a carne e o sangue de verdade, pois veganos assumidos estão longe de voltar a consumir um produto que lembre o cadáver de um animal morto pra virar comida, ainda que seja carne de mentira. Fala sério.

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