Mesmo com multa, farra do boi continua em SC

Segundo o BCF, foram três farras em Governador Celso Ramos e uma em Itapema, Florianópolis e Bombinhas (Foto: PMSC)

Mesmo com uma lei em vigor que estabelece multa de até R$ 10 mil, o coletivo Brasil Contra Farra apurou que durante o período de Quaresma até a Páscoa foram realizadas seis farras do boi em Santa Catarina.

Segundo o BCF, foram três farras em Governador Celso Ramos e uma em Itapema, Florianópolis e Bombinhas, que resultaram em nove multas – seis de mil reais e três de dez mil.

33% menos casos em comparação ao mesmo período de 2019

“Além desses casos oficiais, tivemos denúncias de um caso de aglomeração no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis, onde havia indícios de um início de farra”, informa.

Embora os farristas continuem desafiando a lei, de acordo com a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), houve queda de 33% no número de farras entre 1º de janeiro e 13 de abril em comparação com o mesmo período de 2019.

“Entramos em contato com a Cidasc [Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina] para saber qual seria o protocolo em relação aos animais recolhidos, já que decisão do STF impede o abate de animais recolhidos de maus-tratos. Porém, até ontem (15) não tivemos nenhum retorno nem conseguimos mais contato”, informa o Brasil Contra Farra.

Contra o abate sanitário de animais saudáveis

Diante da situação, o coletivo vai solicitar informações por meio de interpelação judicial. “Juntaremos à nossa ação civil pública memoriais trazendo esse novo entendimento a fim de que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina julgue procedente o pleito, acabando com o abate sanitário realizado sem prévios exames.”

A defesa do abate de animais resgatados da farra do boi tem recebido muitas críticas porque a tese de que os bovinos devem ser abatidos por uma “questão sanitária” não se sustenta.

Afinal, eles podem ser mantidos em quarentena para avaliação de seu estado de saúde. Além disso, incorre-se no erro de matar animais saudáveis, o que pode ser classificado como maus-tratos e crueldade animal.

Foi exatamente isso que o Grupo de Advocacia Animalista Voluntário de São Paulo (GAAV) defendeu em 2019 em ação civil pública com a titularidade da ONG Princípio Animal e por encomenda do Brasil Contra Farra (BCF), mas não obteve decisão favorável da justiça.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *