Ministro terá de explicar denúncias de perseguição a fiscais do Ibama

O deputado federal Célio Studart (PV-CE) apresentou requerimento de Informação ao ministro do Meio Ambiente questionando as denúncias de perseguição administrativa aos agentes de fiscalização ambiental do Ibama (Foto: Ibama/PF)

O deputado federal Célio Studart (PV-CE) apresentou esta semana requerimento de informação ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionando as denúncias de perseguição administrativa aos agentes de fiscalização ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Após o envio pela Câmara, Salles terá 30 dias para responder, sob pena de cometer crime de responsabilidade.

Conforme consta em uma nota interna à presidência do Ibama, os funcionários afirmam que, após ser exibida a reportagem do Fantástico, no dia 19, sobre uma grande operação realizada pelo Instituto para retirar madeireiros e garimpeiros ilegais de terras indígenas no sul do Pará, começou uma perseguição.

Na nota, os servidores contam que foi aberto processo para exonerar os coordenadores responsáveis pela fiscalização, Renê Luiz de Oliveira e Hugo Ferreira Netto Loss. “Esse processo, além de caracterizar retaliação, caminha no sentido de dificultar com eventual obstrução do regular andamento das investigações em curso”, diz trecho do texto.

Diante deste cenário, o parlamentar questionou, por exemplo, por que está havendo retaliação aos funcionários e quais ações estão sendo tomadas para combater as invasões de terras durante a pandemia.

Alertas do desmatamento aumentaram em 29,9%

Os alertas de desmatamento na floresta amazônica bateram recorde no primeiro trimestre de 2020, comparados ao registrado nos últimos quatro anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em março, mesmo com o início da pandemia do coronavírus, as atividades ilegais continuaram ganhando força na mata. Neste mês, os alertas sobre o desmatamento aumentaram 29,9%.

No mesmo período foi confirmado que os madeireiros levaram a covid-19 às aldeias indígenas. Um jovem yanomani de 15 anos morreu em decorrência da doença.

Com isso, além da devastação ambiental, existe a preocupação real, já concreta com a morte de indígenas, de que os madeireiros e garimpeiros ilegais propaguem mais a covid-19 no interior das áreas indígenas, os quais, por sua natureza, são mais suscetíveis aos diversos tipos de contaminação oriundos da população não indígena.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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