Nossa existência não depende do consumo de animais

“Se já fazemos comida com os animais, se eles vão morrer de qualquer jeito, por que não usar inclusive os cascos e os chifres?”, alguém pensou (Foto: Jo-Anne McArthur/We Animals)

Nossa existência não depende do consumo de animais. Isso é um fator cultural, não essencial. Talvez pareça “essencial” hoje para muitas pessoas porque não levam em conta que os animais sempre foram vistos como matérias-primas de alta disponibilidade, logo são explorados porque criou-se uma crença de que sem esse tipo de exploração a vida como conhecemos hoje não seria possível.

Mas isso é um grande engano. Exploramos os animais por comodismo e facilidades; porque quando começou a reduzi-los a produtos o ser humano percebeu que seria ainda mais rentável aproveitar mais do que sua carne.

Assim a vida animal acabou sendo mais desvalorizada

“Se já fazemos comida com os animais, se eles vão morrer de qualquer jeito, por que não usar inclusive os cascos e os chifres?”, alguém pensou, e assim a vida animal acabou sendo ainda mais desvalorizada do que já era antes da Revolução Industrial.

Todos esses produtos criados a partir de animais como fonte de matéria-prima existem porque a indústria viu nisso um negócio altamente lucrativo, de baixo custo e com grande possibilidade de atração de consumidores que se veem desconectados das implicações desse consumo.

Também é por isso que a reflexão sobre a importância do reconhecimento do valor da vida não humana deve ser estimulada não apenas recorrendo à sensibilidade, mas também mostrando as falhas desse sistema que explora animais e quais são suas consequências.

Conscientização e informação são de grande importância

A conscientização pode e deve ser fortalecida com argumentos que apresentem alternativas para suprir as lacunas que devem ser deixadas pela indústria, até para realocação de recursos, empregabilidade, entre outras consequências que poderiam gerar crises econômicas.

Além disso, o aprofundamento é uma boa forma de rebater falsos argumentos disseminados por quem não poupa esforços, que patrocina a produção de conteúdos com finalidades escusas, assim ampliando o escopo de desinformação.

Sem dúvida, na atualidade muita gente depende do sistema de exploração animal, e claro que porque isso não se firmou agora. Estamos falando de um sistema que começou a se desenvolver de maneira exponencial após a Revolução Industrial.

É muito tempo incutindo na mente das pessoas uma elevada quantidade de pretensas necessidades. É um fator negativamente cultural, reforçado por costumes e conveniências aliados à propaganda. E os meios de comunicação, como vetores, também têm responsabilidade nessa supervalorização.

É importante fazer o caminho reverso

É importante fazer o caminho reverso da indústria de alimentos, outros produtos e entretenimento baseados na exploração animal. As transformações, as mudanças, devem acontecer a cada dia. É imprescindível a contínua disseminação de informações que induzem à discussão, à reflexão, à produção de soluções e de provas de que o futuro da humanidade não depende da exploração de animais.

Também considero importante mostrar que vegetarianos e veganos nunca estiveram sozinhos. A história do vegetarianismo e do veganismo é uma prova de que não se trata de uma tendência ou novidade, até porque não se pode nem se deve associar imperativos morais com modismos.

Sempre tivemos bons representantes dos direitos animais, do vegetarianismo e do veganismo. Essa preocupação sempre existiu, ao contrário do que muitas vezes é veiculado de forma equivocada pelos meios de comunicação. Em síntese, quanto mais informação e mais pesquisa, melhor.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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