Neve Shalom, uma vila onde ninguém se alimenta de animais

Moradores são classificados como hebreus africanos de Jerusalém e residem em um complexo chamado Neve Shalom (Vila da Paz) desde 1969 (Foto: Divulgação)

Em Dimona, uma pequena cidade no deserto de Israel, há três mil moradores que não se alimentam de animais. Eles se identificam como hebreus africanos e residem em uma vila chamada Neve Shalom (Vila da Paz), criada em 1969, quando os 138 membros que formaram a comunidade se mudaram de Chicago (EUA).

De 1972 para cá, mais de 1.150 pessoas nasceram na Casa da Vida, a única maternidade que existe em Neve Shalom, segundo o porta-voz Ahmadiel Ben Yehuda. Nenhuma delas foi introduzida a uma dieta com alimentos de origem animal. Muito pelo contrário, já que a comunidade incentiva a abstenção desse consumo.

Ben Yehuda defende que Deus ofereceu à humanidade tantos alimentos que podem ser cultivados na terra que não faz sentido matar ou explorar animais para se alimentar – o que se tornou uma das bases da filosofia local, que também diz respeito à não violência.

Yehuda, que vive em Dimona desde 1979, depois de deixar Washington DC, explica em publicação do Israel21c que é uma abstenção sem relação com a saúde, embora admita que hoje seja muito positivo encontrar estudos e pesquisas que reforçam que uma boa dieta à base de vegetais é benéfica para a saúde.

Influência em Gana

A prioridade na comunidade Neve Shalom, onde não é difícil encontrar pessoas chegando aos 100 anos, são alimentos frescos e integrais. Os moradores priorizam vegetais da estação. Aos sábados, eles fazem jejum e consomem somente água, visando o relaxamento e purificação do corpo.

Quatro vezes por ano, os habitantes da comunidade seguem uma dieta baseada em “alimentos vivos”, como forma de limpeza do organismo. Além disso, não fumam nem consomem álcool e se exercitam pelo menos três vezes por semana.

A realidade dos hebreus africanos atraiu atenção do Ministério da Saúde de Gana que decidiu mudar a abordagem da assistência médica no país e se voltar mais para a medicina preventiva do que curativa – dando atenção especial a uma dieta à base de vegetais. Ben Yehuda diz estar honrado por viver em uma comunidade que inspirou o Programa de Saúde e Nutrição Regenerativa de Gana.

A realidade dos hebreus africanos atraiu atenção do Ministério da Saúde de Gana que decidiu mudar a abordagem da assistência médica no país e se voltar mais para a medicina preventiva do que curativa (Foto: Matthew Allen/Israel21c)

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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