Observatório do Clima diz que desmatamento aumentou porque Bolsonaro deixou “passar a boiada”

“Os números do Prodes simplesmente mostram que o plano de Jair Bolsonaro deu certo” (Fotos: Evaristo Sá/AFP/Greenpeace)

Esta semana, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que em 2020 o Brasil registrou o maior índice de desmatamento da Amazônia desde 2008, ultrapassando mais de 11 mil quilômetros quadrados, o que representa alta de 9,5% em relação a 2019.

Sobre o assunto, o Observatório do Clima disse que o aumento aconteceu porque o presidente Jair Bolsonaro “deixou passar a boiada”. A entidade também alertou que o país está cada vez mais distante de cumprir as metas do Acordo de Paris.

“O país está 180% acima da meta, o que o põe numa posição de desvantagem para cumprir seu compromisso no Acordo de Paris (a NDC) a partir do início do ano que vem. Devido ao aumento do desmatamento, o Brasil deve ser o único grande emissor de gases de efeito estufa a ter aumento em suas emissões no ano em que a economia global parou por conta da pandemia”, destaca o observatório.

Segundo a entidade, o Brasil deveria em 2020 ter reduzido os índices a pelo menos 3.925 quilômetros quadrados, em conformidade com a meta da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), o que não ocorreu e revelou uma falta de compromisso com a questão ambiental exatamente quando o mundo passa por um momento crítico em consequência do descaso com a natureza.

“Nada disso é uma surpresa para quem acompanha o desmonte das políticas ambientais no Brasil desde janeiro de 2019. Os números do Prodes simplesmente mostram que o plano de Jair Bolsonaro deu certo. Eles refletem o resultado de um projeto bem-sucedido de aniquilação da capacidade do Estado brasileiro e dos órgãos de fiscalização de cuidar de nossas florestas e combater o crime na Amazônia. É o preço da ‘passagem da boiada’”, critica o Observatório do Clima, em referência ao fato de que a maior parte do desmatamento no país está associado à agropecuária.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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