Campanha defende que mulheres que consomem ovos não podem dizer que são feministas

Um dos anúncios que está circulando pelas ruas de Oberlin, um dos bastiões do feminismo nos EUA (Foto: PETA)

Em sua mais recente campanha, a organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA) tem atraído mais controvérsias. Esta semana, diversos ônibus que estão circulando pelas ruas de Oberlin, Ohio, considerada um dos bastiões do feminismo nos Estados Unidos, ganharam um adesivo gigante e provocativo afirmando que mulheres que consomem ovos não podem se autodenominar feministas.

“Ovos e laticínios são produtos que resultam de abusos. As fêmeas são sexualmente exploradas para que os seres humanos possam beber seu leite e roubar seus ovos, e os anúncios da PETA incentivam as pessoas a ajudarem a acabar com essa opressão abandonando esse consumo”, destaca a presidente da PETA, Ingrid Newkirk.

A organização enfatiza que os animais não são nossos para serem consumidos ou abusados de alguma forma, e que isso deveria ser ponderado por mulheres que dizem que são feministas, mas que não veem problema em consumir algo que depende da exploração do sistema reprodutivo de fêmeas de outras espécies.

A PETA lembra que na indústria de ovos as galinhas produzem até 300 ovos por ano, muito mais do que os 15 ovos gerados por seus ancestrais que viviam na natureza. Como consequência, acabam sofrendo de osteoporose, cistos, infecções, carcinomas ovarianos e tumores reprodutivos. E assim que se tornam inúteis para a indústria de ovos, as galinhas são descartadas.

Outra observação feita pela organização diz respeito à exploração leiteira, que além de submeter as vacas à inseminação artificial, que depende da introdução de instrumentos em suas vaginas, também as condiciona a períodos intensos de lactação e gestação.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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