Plástico pode impactar ainda mais na vida marinha

Segundo Vitor Pinheiro, Brasil não tem levado muito a sério esse problema e lamentou a falta de empenho do poder público (Foto: Getty)

Na segunda-feira (21), durante audiência pública remota da Comissão de Meio Ambiente do Senado, o coordenador da campanha Mares Limpos, Vitor Pinheiro, disse que o uso de plástico tem provocado a morte de pelo menos 100 mil animais marinhos por ano e gerado danos de 13 bilhões de dólares. No entanto, essa é uma estimativa hoje considerada modesta.

Pinheiro também informou que no Brasil, em média, cada pessoa consome 1280 embalagens por ano. Segundo o coordenador, o país não tem levado muito a sério esse problema e lamentou a falta de empenho do poder público em adotar medidas que garantam a desaceleração da produção e circulação de plástico de uso único.

Também representando o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), ele destacou que a situação piorou com a pandemia de covid-19 porque “as embalagens plásticas transmitem uma falsa sensação de segurança contra o vírus”, o que ampliou esse consumo.

Apenas em São Paulo, o aumento de material descartável na coleta seletiva foi de 12%. A audiência realizada por iniciativa do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) faz parte das atividades da Campanha Junho Verde.

Plástico pesa mais do que todos os animais e humanos juntos

Outro participante da audiência, o professor André Barreto, que coordena o Programa de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobrás em Santa Catarina, sustentou que somente por meio do conhecimento sobre o impacto para os animais é possível pensar em ações de mitigação.

Já o coordenador do Programa de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil, Marcelo Montenegro, alertou que em seis décadas o mundo gerou mais de dez bilhões de toneladas de plástico e a produção não para de crescer.

“Se fossem colocados em balanças todos os seres humanos e animais juntos, eles pesariam em torno de quatro bilhões de toneladas. Ou seja, o plástico pesa duas vezes e meia mais do que todos os animais e humanos juntos”, disse.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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