Quando alguém faz piadas apelativas sobre os animais para um vegano ou vegetariano, ele pode até sorrir, mas provavelmente por educação, ou por não entender o que leva alguém a tirar sarro de um ser senciente que foi privado de ter uma vida livre da exploração para ser reduzido a produto.
Normalmente, o ser humano que debocha dos animais é aquele que compra carne, ovos e laticínios no mercado. Sendo assim, se satiriza outros seres sencientes, pode ser por ausência de empatia em relação às outras espécies ou por desconhecer a história daquele ser vivo transformado em item de consumo.
Ou seja, em algum nível por ignorância. Por que isso é tão estranho? Por que os caçadores-coletores, que os defensores do consumo de produtos de origem animal tanto defendem, não debochavam dos animais que matavam, não os ridicularizavam.
O ser humano moderno, e mais ainda o hipermoderno, é o único que satiriza aquele que já foi relegado a uma deplorável vida de servidão seguida de morte. Nesse aspecto, há um esteio de involução.