Resíduo da produção de cerveja se transforma em alternativa à clara de ovo

Alternativa à clara de ovo foi criada a partir da levedura que sobra após o processo de produção de cerveja (Fotos: Divulgação)

A startup holandesa FUMI anunciou recentemente que desenvolveu uma alternativa à clara de ovo a partir da levedura que sobra após o processo de produção de cerveja.

O produto foi criado pelos cientistas Edgar Suarez Garcia e Corjan van den Berg durante um projeto de quatro anos na Universidade de Wageeningen.

Segundo van den Berg, o produto funciona como um agente formador de espuma e aglutinante, assim como também um emulsificante. “Nosso produto rico em proteínas pode ser usado para fazer merengues. É capaz de formar géis de calor semelhantes às proteínas da clara de ovo”, informa.

O produto livre de glúten e desenvolvido para atender às necessidades da indústria alimentícia é uma das apostas da FUMI, que tem priorizado o desenvolvimento de alternativas baseadas em microrganismos.

“Acreditamos que os microrganismos são uma fonte inexplorada de ingredientes de alto valor, que podem ser usados em uma ampla gama de produtos alimentícios saudáveis”, justificam.

E acrescentam: “Estamos trazendo para o mercado o primeiro substituto de clara de ovo vegano que é livre de OGM e feito de microrganismos naturais.”

Enquanto quatro quilos de dióxido de carbono são liberados no processo de produção de um quilo de clara de ovo, a alternativa da FUMI promete redução de 95% na emissão de CO2.

Erva-de-pato em vez de clara de ovo

Quem também está investindo em alternativa à clara de ovo é a startup Plantible Foods, sediada na Califórnia, nos Estados Unidos, que está utilizando como matéria-prima a erva-de-pato, também conhecida como lentilha d’água e lemna.

Segundo a empresa, a planta que se apresenta como uma boa fonte de proteína vegetal, possui proteínas mais completas e mais facilmente digeríveis do que o arroz e a ervilha.

Depois de realizar experiências por processo de extração a frio, a Plantible conseguiu obter uma proteína branca semelhante à clara de ovo, com sabor neutro e livre de alérgenos.

O cofundador da empresa, Maurits van de Ven, explicou ao FoodNavigator-USA que a erva-de-pato é uma matéria-prima de alta disponibilidade porque cresce no mundo todo e pode ser colhida diariamente, diferente das plantas de cultivo tradicional.

O objetivo da startup é otimizar a produção e trabalhar com cientistas para desenvolver novas maneiras de incorporar a planta na formulação de alimentos sem ingredientes de origem animal.

Um estudo publicado no Food Chemistry Journal, intitulado “Nutritional value of duckweeds (lemnaceae) as human food” endossa que a planta é uma fonte de proteínas de alta qualidade, com um perfil nutricional de aminoácidos que cumpre tranquilamente os requisitos da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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