De acordo com um estudo realizado por pesquisadores alemães e publicado na revista Science em setembro, os corvos são autoconscientes como nós. Eles possuem consciência de si, inteligência e capacidade analítica que acreditava-se ser inerente apenas aos humanos e alguns outros mamíferos.
Segundo o trabalho, temos uma tendência a crer que somos a única espécie a possuir certas características, comportamentos ou habilidades, especialmente no que diz respeito à cognição.
“Ocasionalmente, estendemos essas características a primatas ou outros mamíferos – espécies com as quais compartilhamos semelhanças cerebrais fundamentais. Com o tempo, mais e mais desses supostos pilares do excepcionalismo humano estão caindo”, destacam os autores Andreas Nieder, Lysann Wagener e Paul Rinnert.
Eles argumentam que a consciência dos animais não depende de um córtex cerebral padrão, porque um cérebro, por mais diferente que pareça, ainda assim pode compartilhar profundas semelhanças. No caso dos corvos, eles possuem 1,5 bilhão de neurônios e grande capacidade de resolver problemas.
Segundo Andreas Nieder, da Universidade de Tübingen, os corvos possuem consciência sensorial, o que permite a comunicação de experiências subjetivas específicas. “Além dos corvos, esse tipo de evidência neurobiológica para a consciência sensorial só existe em humanos e macacos”, explicou ao Stat.
A pesquisa também converge à conclusão de que qualquer cérebro que tenha um grande número de neurônios conectados em circuitos associativos é um fator de favorecimento à flexibilidade e complexidade comportamental.
Diferente do cérebro humano, o de um corvo não é estruturado em camadas. “Esses resultados sugerem que as bases neurais que permitem a consciência sensorial surgiram antes do surgimento dos mamíferos ou de forma independente, pelo menos na linhagem aviária, e não requerem necessariamente um córtex cerebral.”
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