Segundo pesquisa, carnes vegetais são mais saudáveis

De acordo com uma pesquisa publicada na semana passada na ScienceDirect, da editora Elsevier, as carnes vegetais são mais saudáveis do que as carnes convencionais, assim como outros produtos de origem vegetal que são análogos aos de origem animal.

A conclusão é do pesquisador Christopher J. Bryant, da Universidade de Bath, na Inglaterra, que revisou 43 estudos sobre a saudabilidade e sustentabilidade dos análogos de origem vegetal em comparação com produtos de origem animal.

“Em termos de sustentabilidade ambiental, as alternativas vegetais aos produtos de origem animal são mais sustentáveis em comparação com produtos de origem animal em uma série de resultados, incluindo emissões de gases de efeito estufa, uso da água e da terra, além de outros resultados”, informa a pesquisa.

“Em termos de saúde, há alternativas que apresentam vários benefícios, incluindo perfis nutricionais geralmente favoráveis, auxiliando na perda de peso e síntese muscular, atendendo a condições de saúde específicas. Além disso, vários estudos apresentam maneiras pelas quais as opções vegetais podem melhorar sua saudabilidade a partir de ingredientes e processamento ideais.”

Segundo Bryant, embora muitos consumidores vejam essas alternativas como nutricionalmente mais saudáveis, sua percepção como não natural ou excessivamente processada pode levar a inferir que são prejudiciais à saúde e/ou prejudiciais de outras maneiras.

“A percepção pode ser exacerbada por interesses da indústria de produtos animais convencionais que busca lançar dúvidas públicas sobre esses produtos concorrentes”. Sobre isso, ele sugere que o melhor é ouvir a ciência.

“Essas alternativas podem ser uma parte sustentável e saudável de nosso futuro cenário de proteínas.”

O pesquisador também frisa que os consumidores têm cada vez mais motivos para se afastarem da pecuária industrial para o bem do meio ambiente, dos animais, da saúde pessoal e pública.

“As alternativas aos produtos de origem animal representam uma maneira altamente viável de reduzir o consumo de produtos animais. Quando mimetizam versões animais, elas tendem a deslocar a demanda por produtos de origem animal e têm maior potencial de fazer isso em comparação com alimentos vegetais integrais [que não são análogos aos alimentos de origem animal].”

O autor cita na pesquisa que, a fim de capitalizar os muitos benefícios das alternativas aos alimentos de origem animal, governos de países como Dinamarca e Canadá estão investindo mais em pesquisa e desenvolvimento nessa área.

“As futuras prioridades de pesquisa devem se concentrar na melhoria da qualidade sensorial, perfis nutricionais e maior acesso a esses produtos. Outras melhorias impulsionarão a adesão do consumidor a longo prazo e estão ao alcance de um investimento modesto em pesquisa. Em particular, deve ser priorizado o desenvolvimento de novos ingredientes e métodos de processamento que possam tornar as alternativas à carne mais saborosas, mais baratas e mais saudáveis ​​para os consumidores.”

O pesquisador, com base em dados da Kantar Worldpanel, também avalia que essa categoria de produtos está em uma fase que pode ser definida como “infância”, mas que “inevitavelmente melhorarão, principalmente se o setor seguir seu crescimento significativo de vendas dos últimos anos”.

Para Christopher J. Bryant, os problemas com nosso atual sistema de produção de proteínas são numerosos e graves, afetando o planeta, a saúde humana e o bem-estar animal.

“As alternativas aos alimentos de origem animal são consideradas preferíveis também porque não contribuem para as crescentes ameaças à saúde global de resistência a antibióticos ou risco pandêmico. Também são preferíveis do ponto de vista nutricional em termos de gordura saturada, colesterol, fibras e uma variedade de outros nutrientes”, reforça.

 

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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