A população da Suíça participará na próxima semana de um plebiscito em que votará sobre a proibição da pecuária industrial no país. O texto da proposta estabelece, entre outras especificações, que “os animais precisam ter acesso ao ar livre”, e se aplica tanto à pecuária industrial intensiva do país quanto à importação de animais e aquisição de produtos de origem animal originários desse sistema.
A medida está sendo interpretada por grupos em defesa dos animais como uma ação que pode gerar uma desaceleração na produção de carne no país. Eles levam em conta que nem todos aceitarão se adaptar a essas exigências. Além disso, sustentam que isso pode chamar a atenção para como o processo de criação de animais para consumo é nocivo e problemático.
“É uma oportunidade para o povo da Suíça liderar o caminho na Europa e começar a reformar um sistema agrícola ultrapassado. A pecuária industrial não deve mais ser tolerada hoje, não apenas por causa do sofrimento que causa aos animais, mas também por causa de seu enorme impacto ambiental”, diz Jasmijn de Boo, vice-presidente da organização ProVeg International.
“A pecuária industrial é responsável pela poluição em massa dos rios, pelas emissões de gases de efeito estufa, incluindo o gás metano, que é muito mais perigoso, degradação do solo e aumento do risco de resistência antimicrobiana, assim como pelo grande desperdício de lavouras destinadas à ração animal. Se os suíços votarem para proibir a criação industrial na próxima semana, isso representará um avanço significativo na redução da produção de carne, que é tão urgentemente necessária”, diz de Boo.
Segundo a vice-presidente da ProVeg, a entidade tem pedido aos legisladores da União Europeia que analisem medidas semelhantes que restrinjam a pecuária industrial.
