Todos os autores de projetos de lei favoráveis à caça são aliados de Bolsonaro

Um dos maiores apoiadores de Bolsonaro em Santa Catarina, o deputado federal Rogério Peninha Mendonça é autor de três projetos de lei favoráveis à caça

Dos autores de projetos de lei favoráveis à caça na Câmara dos Deputados e no Senado, não há nenhum que não seja aliado do presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal).

De Santa Catarina, Valdir Colatto, autor do PL 6268/2016, que fragiliza a Lei de Proteção à Fauna (5.197/1967) e a Lei dos Crimes Ambientais (9.605/1998) em benefício da caça, foi diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro durante o governo Bolsonaro e concorreu à eleição este mês pelo Partido Liberal, não sendo eleito deputado federal.

Também de Santa Catarina, o deputado federal armamentista Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), que este ano não disputou a eleição, mas tem pedido votos para Jair Bolsonaro, é autor de três projetos em defesa da caça – PL 3722/2012, PLP 436/2014 e PL 986/2015.

Também de Santa Catarina e aliado de Bolsonaro, Nilson Stainsack (PP-SP), que atuou como suplente, é autor do PL 5544/2020, que visa a liberação da caça esportiva.

O candidato a governador do Rio Grande do Sul Onyx Lorenzoni (PL-RS), que atuou como ministro no governo Bolsonaro, também é defensor da caça e autor do Projeto de Lei 7136/2010.

Outro aliado de Bolsonaro, o deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), reeleito este mês, apresentou há quase dois anos o PL 5491/2020, propondo que lesões sofridas por cães durante atividades de caça não devem ser consideradas maus-tratos, o que também é defendido por Stainsack no PL 5544/2020.

Mais um aliado de Bolsonaro, Ronaldo Santini (PTB-RS), que atuou como suplente na Câmara, e foi eleito deputado estadual no início do mês, é autor de três projetos de lei federais e uma indicação favoráveis à caça – PL 4827/2020, PL 4828/2020, PL 4829/2020 e Indicação 1075/2020.

Junto de Bolsonaro também estão Caroline de Toni (PL-SC), Alê Silva (Republicanos-MG) e Lucas Redecker (PSDB-RS), que têm em comum propostas em que defendem que caçadores e atiradores possam circular armados – como o PL 2852/2021, PL 334/2022 e PL 2299/2022.

Além disso, Heitor Freire, que foi eleito e reconhecido como o “representante do bolsonarismo” no Ceará em 2018, mas que não conseguiu ser reeleito em 2022, é o autor do PL 909/2021, que defende o mesmo das outras três propostas citadas.

Já o deputado federal Alexandre Leite (União-SP) é autor de dois projetos de lei em benefício de caçadores e atiradores – PL 1019/2019, visando fortalecer os CACs em convergência com o governo Bolsonaro, e PL 2426/2022. Além disso, foi o responsável por desarquivar em 2019 o PL de Valdir Colatto.

Vale lembrar que em 7 de abril de 2019 o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também defendeu a caça por meio de uma postagem no Instagram que foi publicada originalmente por Ricardo Salles (PL-SP), que ficou em quarto lugar entre os candidatos a deputado federal mais votados do Brasil em 2022.

No Senado

Também aliado de Bolsonaro, o senador Wellington Fagundes (MT), líder do Bloco Parlamentar Vanguarda, composto por Partido Liberal (PL) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), é autor do PL 3384/2021, em que defende não apenas a caça de animais silvestres considerados invasores como a comercialização de produtos e subprodutos decorrentes da caça.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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