Você prefere uma marretada ou tiro seguido por degola?

Neste momento, seres não humanos estão sendo mortos dessa forma (Acervo: Free From Harm)

Você prefere uma marretada na cabeça ou um tiro de pistola pneumática seguido por degola? Isso pode parecer absurdo de se perguntar a alguém, mas neste momento muitos seres não humanos estão sendo mortos dessa forma. Quando nos referimos a animais criados para consumo, como bovinos, porcos e aves, a crueldade do abate é apenas um retrato comum da realidade.

Afinal, se uma espécie superior nos subjugasse, nos reduzisse a alimentos e produtos, mas antes nos permitisse escolher um entre dois ou três métodos de assassinato, é óbvio que deixaríamos claro que não ansiamos por nenhum tipo. Então por que no caso dos outros animais não nos empenhamos em analisar a realidade da mesma forma? Em considerar a implicação, incluindo o medo, que a morte precoce e indesejada desperta em outras criaturas sencientes? Nos parece conveniente demais e displicente demais.

Não é tão incomum alguém dizer que “há justiça dependendo do tratamento que um animal recebe ao ser morto”. Quem defende isso também diz que a oposição à exploração dos animais criados para consumo é pautada em sensacionalismo. Bom, então talvez seja válido ponderar. Quando você come um pedaço de carne, por exemplo, esse pedaço não chegaria até a sua boca se a vida de um animal não tivesse sido ceifada no limiar da vida.

Sendo assim, independente do método, o animal não ressuscita, não renasce depois do abate. Não há funeral, não resta nem o que enterrar. Diante da morte precoce de uma criatura senciente como resultado de uma imposição, não há justificativa aceitável. Morte é morte, e o animal nunca dá o seu aval para tal fim, tanto que é condicionado e enganado antes do golpe final.

Tudo é preparado para que ele não imagine que o seu fim está próximo. Acredite, não ser morto de forma explicitamente cruel não invalida o fato de que um animal foi morto. Considere um exercício de razoabilidade e empatia. “Você pode receber uma marretada na cabeça ou um disparo de pistola no cérebro, qual você vai querer?”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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