Roy Burdin aos 98 anos: “A única desvantagem de ser vegano é que você vive demais”

Roy atribui a sua longevidade a uma alimentação simples e baseada em vegetais (Acervo: Lancashire Post)

O inglês Roy Burdin está comemorando 98 anos. Ele se tornou vegano há mais de 30 anos e atribui a sua longevidade a uma alimentação simples e baseada em vegetais – principalmente um bom homus. De acordo com matéria do Lancashire Post de hoje, Roy nunca comeu carne, mas só abdicou completamente do consumo de qualquer alimento ou produto de origem animal quando chegou aos 60 anos e se converteu ao veganismo.

A realidade da agricultura animal e industrial é a razão por trás do corte de todos os produtos de origem animal. “Eu estava bem nos meus 60 anos quando me tornei vegano. [Tornar-se vegano] era considerado um passo bastante avançado e muitas pessoas que eram [ovolacto]vegetarianas não conseguiam ver o sentido de abandonar os laticínios e assim por diante”, explica.

Roy, que passou a maior parte da sua vida em Longton, em Staffordshire, disse que não entende por que há pessoas transformando a culinária vegana em algo tão complicado quando você pode simplificar. “Devo dizer que muitos livros de receitas veganas não me estimulam, porque você fica achando que precisa de todo um conjunto de coisas que você simplesmente não tem em casa. Por que complicar as coisas?”, questionou o vegano que, além de homus, prefere mingau, sopas e saladas.

Quando jovem, Roy trabalhou comercializando vegetais com seu pai. Depois se juntou à Força Aérea Real durante a Segunda Guerra Mundial e então trabalhou no Ministério de Defesa atuando no controle de tráfego aéreo. Sua esposa faleceu há 30 anos e, embora seus filhos não sejam veganos, eles o apoiam. “Papai ainda é independente e sempre prepara os próprios alimentos. Ele também continua motivado em converter todos nós”, informou o filho Raymond, de 60 anos.

O livro preferido de Roy Burdin é o livro “Ethics of Diet”, publicado em 1883 por Howard Williams – uma das obras que influenciou o vegetarianismo ético, o surgimento do veganismo na Inglaterra e ajudou a levar Tolstói a se tornar um defensor da abstenção do consumo de animais. “A única desvantagem de ser vegano é que você vive demais”, brincou. Atualmente, Roy tem feito campanha para que as casas de repouso ofereçam refeições vegetarianas e veganas aos idosos. “Tenho sorte de morar em casa e escolher a minha própria comida”, enfatizou.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *