Brasil mata 1,5 bilhão de frangos em 90 dias

Foto: Andrew Skowron

Como os frangos são os animais mais consumidos no Brasil, no segundo trimestre de 2022 foram mortos 1,5 bilhão desses animais. Ou seja, 500 milhões por mês, 16,6 milhões por dia e mais de 694 mil por hora.

De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluído em setembro, em maio deste ano o Brasil superou em matança de frangos a série histórica iniciada em 1997 em relação ao mesmo mês.

Os estados que lideram o abate de frangos no Brasil são Paraná (34,6%), Rio Grande do Sul (13,1%) e Santa Catarina (13%). Dos animais mais criados para consumo a partir da pecuária, frangos são os que vivem menos porque são mortos com um mês a um mês e meio de idade.

Mas hoje a idade não é considerada tão relevante, e sim fazer o animal atingir o peso médio de três quilos o mais rápido possível.

Com o acelerado ganho de peso, os frangos podem desenvolver problemas pela pressão imposta sobre os músculos, ossos e órgãos.

Outros potenciais agravantes são distúrbios metabólicos, problemas respiratórios/ cardíacos, calcificação e deformação dos ossos.

Além disso, no sistema de produção industrial tem crescido o uso de antibióticos não apenas no tratamento de doenças que atingem as aves, mas também como parte do processo de “desenvolvimento” e “prevenção de doenças”.

Um estudo científico canadense disponibilizado pela Science Direct, da Elsevier, revela que em 2005 os frangos já cresciam mais de quatro vezes mais rápido do que as aves criadas em 1957.

Segundo o estudo, a seleção genética permitiu que as mudanças desejadas fossem alcançadas em décadas, mas cita entre as consequências a intensificação do dimorfismo sexual e problemas envolvendo a estrutura musculoesquelética e alterações imunológicas.

Saiba Mais

Mesmo o número de frangos mortos para consumo sendo bastante elevado, houve queda de 1,4% no comparativo com o segundo trimestre de 2021 e 2,7% em relação a janeiro até o final de março de 2022, de acordo com o IBGE.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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