Deputada anuncia PL para proibir exportação de gado vivo no RS

“Na contramão de boa parte do mundo, o Rio Grande do Sul voltou a exportar gado vivo” (Fotos: Xênia JFVelloso)

A deputada estadual Sofia Cavedon (PT) anunciou ontem (28) que irá apresentar um projeto de lei para proibir a exportação de gado vivo no Rio Grande do Sul. A iniciativa surgiu durante a mobilização de ativistas que estão protestando esta semana no Palácio Piratini, em Porto Alegre, e no Porto de Rio Grande.

Eles pedem que o governador Eduardo Leite (PSDB) tome uma atitude para evitar que milhares de terneiros continuem sendo submetidos a longas e dolorosas viagens com destino a outros países, onde serão abatidos para consumo seguindo os preceitos halal.

O Rio Grande do Sul é o segundo estado que mais exporta animais vivos, totalizando 8,8% das exportações nacionais – ficando à frente de São Paulo e atrás apenas do Pará.

“Na contramão de boa parte do mundo, o Rio Grande do Sul voltou a exportar gado vivo. O próximo embarque está marcado para ocorrer no Porto de Rio Grande. Milhares de bezerros serão enviados vivos para o Egito, numa viagem torturante de 20 dias em alto mar”, informam os ativistas em nota.

“Além de ser uma atividade cruel, que viola os direitos animais, a exportação de gado vivo não é boa para a economia brasileira e acarreta risco ambientais e pandêmicos.” (clique aqui para saber mais)

Iniciativa, projetos de lei e atordoamento 

A oposição à exportação de animais vivos tem sido feita pelo movimento Nação Vegana Brasil, que já produziu o documentário “Exportando Vidas”, sobre a realidade desse tipo de exportação, e do Setorial de Direitos Animais do Partido dos Trabalhadores (PT), Princípio Animal, Mercy For Animals e Fórum Animal.

No Congresso Nacional há projetos de lei que defendem a proibição em todo o país. Um deles é o PLS 357/2018, do então senador Rudson Leite (PV-RR). Outra proposta com o mesmo objetivo é o PL 3093/2021, que surgiu a partir de uma sugestão por meio do Portal e-Cidadania.

“Há constatações de superlotação, o que inflige desgaste físico e dor aos animais, e práticas de crueldade no trato em embarcações, ferindo a dignidade dos animais”, consta no projeto de lei.

Vale lembrar que os animais enviados para fora do Brasil geralmente têm como destino países onde eles são submetidos ao abate halal, ou seja, sem atordoamento antes da degola.

Se o Brasil é permissivo e favorece a exportação de um grande número de animais que serão mortos sem atordoamento em outros países, onde há coerência na alegação de que o país passa por uma “evolução em relação ao que é aceito envolvendo práticas de abate”? Ademais, são animais que, sem dúvida, não desejariam morrer em benefício do nosso paladar.

Clique aqui para ter acesso a uma petição pelo fim da exportação de animais vivos no Brasil.

 

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

2 respostas

  1. Exportação de gado vivo é uma mácula de horror e sangue na Historia da Civilização humana, à exemplo das Cruzadas, da Inquisição, do Holocausto e da Escravatura e o fato de ainda existir essa monstruosidade, comprova o quanto terráqueos evoluíram apenas em ciência e tecnologia, conservando, da primitiva barbárie as imutáveis características macabras e mórbidas. Totalmente irracional a manutenção desse inferno, cuja existência é mantida pelos exploradores diretamente interessados no lucro financeiro advindo dessas abomináveis negociações de vidas inocentes, já que o sofrimento destes pobres animais é para eles, um zerao à esquerda, ou seja, NADA. Por conta da estupidez, do egoísmo e da crueldade de seres humanos desumanos, egolatras e maus, não em nome de Deus.

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