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Durante COP26, painéis destacam que carnes vegetais são melhores para o meio ambiente

Painel instalado pelo Good Food Institute em Glasgow, onde está sendo realizada a COP-26

Enquanto Glasgow sedia a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que termina na sexta-feira (12), o Good Food Institute (GFI) instalou painéis pela cidade escocesa destacando que podemos reduzir nossas emissões de carbono por meio da alimentação.

Em relação ao sistema alimentar, a produção de carnes vegetais e cultivadas gera até 92% menos emissões de gases de efeito estufa do que a produção de carne convencional, por meio da agropecuária.

“Para cumprir a meta de limitar o aumento da temperatura média global em 1,5°C, conforme determinado pelo Acordo de Paris, e para proteger as florestas e outros importantes ecossistemas que servem como sumidouros de carbono, é necessária uma transição no sistema alimentar global”, defende o GFI.

“Mesmo que as emissões de combustíveis fósseis fossem imediatamente interrompidas, a produção global de proteína por si só impossibilitaria a meta de 1,5 ° C.”

Impacto da carne

Segundo a organização, uma transição para proteínas alternativas pode garantir até 20% da mitigação das emissões que o mundo precisa atingir até 2050. Além disso, liberaria centenas de milhões de hectares para conservação e gestão de terras para atividades em conformidade com a questão climática.

“Esta poderia ser uma área igual a um quarto dos 48 estados dos EUA e removeria cinco gigatoneladas adicionais de dióxido de carbono por ano da atmosfera.”

Estima-se que entre 2020 e 2050 a demanda global por carne aumente de 40 a 100%. “Se não houver mudança nos métodos de produção de carne, tal aumento causará um adicional de 5 a 10 gigatoneladas de CO2 por ano apenas da pecuária e atividades relacionadas.”

Liderados pelo setor pecuário, os sistemas de produção de proteína são os que mais causam desmatamento para formação de pastagens e cultivo de alimentos para animais criados com fins de consumo.

Além disso, já demandam 70% das terras agricultáveis do mundo e 30% da superfície terrestre, segundo o artigo científico “Global land change from 1982 to 2016”, de Xiao-Peng Song, publicado na revista Nature em 2018.

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David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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