Finlândia quer discutir este mês boicote à carne brasileira na UE

A polêmica começou após a repercussão internacional dos incêndios florestais na Amazônia (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Neste mês de setembro o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças da Finlândia, Mika Lintila, quer se reunir com outros ministros da União Europeia para discutir o boicote à carne brasileira. “Se não houver nenhum progresso antes disso”, declarou Lintila em comunicado oficial.

Na semana passada, a Finlândia voltou a falar em boicote à carne brasileira na União Europeia. A polêmica começou após a repercussão internacional dos incêndios florestais na Amazônia, onde a maior parte do desmatamento está associada à formação de pastagens e de áreas agrícolas para produção de soja voltada à nutrição animal.

O Greenpeace aponta que a pecuária na Amazônia brasileira é a causa da destruição de um em cada oito hectares. A Fundação Joaquim Nabuco afirma que a pecuária é responsável por 65% do desmatamento. Já a FAO informa que 80% do desflorestamento da Amazônia foi provocado pela conversão de terras em pastos e produção de grãos destinados à alimentação de animais criados para consumo.

Considerando esse cenário, e o fato de que a Finlândia hoje ocupa a presidência do Conselho da União Europeia, Mika Lintila qualificou como indissociável o papel da indústria da carne brasileira na situação crítica vivida hoje pela Amazônia, onde as queimadas são prática comum na formação de pastagens.

Essa posição tem preocupado políticos que temem um possível boicote econômico. Recentemente o deputado José Nelto (Pode-GO) sugeriu a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as queimadas na Amazônia.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou no último dia 23 a criação de uma comissão externa para acompanhar os incêndios florestais na floresta amazônica.

Saiba Mais

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e agosto deste ano, as queimadas aumentaram 83% em relação ao mesmo período de 2018, e somam o maior número registrado em sete anos – 72.843 pontos de incêndio.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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