Otto Alencar no Senado é um problema para os animais

Foto: Beto Barata/Agência Senado

Reeleito como senador por mais oito anos a partir de 2023, Otto Alencar (PSD-BA) é um dos críticos do Projeto de Lei 631/2015, que propõe a criação do Estatuto dos Animais. Sua preocupação, conforme justificativa apresentada, é com a possibilidade de proibição da vaquejada – atividade que segundo ele não pode ser proibida no país “porque gera empregos”.

A história de Alencar como defensor das vaquejadas não é recente. Ele costuma ser identificado como o maior defensor da atividade no Senado. Não por acaso, já que o senador reeleito foi o autor da PEC 304/2017.

Mais conhecida como PEC da Vaquejada, a proposta foi aprovada e promulgada com o objetivo de combater qualquer tentativa de classificar como inconstitucional a prática que consiste em derrubar um boi puxando-o pelo rabo.

Alencar garantiu a adição de um sétimo parágrafo ao artigo 225 da Constituição para coibir o reconhecimento da vaquejada como “prática cruel”. No Senado, ele continua atuando para garantir também que propostas em defesa da vaquejada provenientes da Câmara sejam aprovadas.

Além disso, seu filho, Otto Alencar Filho (PSD-BA), também defensor das vaquejadas e que está entre os 50 deputados federais mais votados do Brasil na eleição de 2022, foi um dos que apoiou o Projeto de Lei (PL) 8240/2017, do ex-senador Raimundo Lira (PB), transformado na Lei 13.873/2019, que elevou rodeios e vaquejadas a patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Pai e filho também são membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista, que hoje tem interferido negativamente na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara e Comissão de Meio Ambiente do Senado.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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