Consumir proteína animal é financiar um sistema perverso

Foto: Anônimos pelos Direitos Animais

No Brasil, a ordem de consumo de animais é a seguinte: frangos, suínos e bovinos, o que é determinado principalmente pelo preço da proteína animal – e o que não significa proporcionalidade à disponibilidade.

Dos três, a carne bovina é a que a grande pecuária nacional mais prefere exportar do que comercializar internamente para aumentar seus lucros. Dependendo do destino, opta também por vendê-los vivos para serem abatidos em outro país.

Um exemplo de quem capitaliza essa realidade da venda de “gado em pé” é a Minerva Foods, empresa que já comprou gado de áreas da Amazônia desmatadas ilegalmente e que deixou um impacto ambiental irresolvível em Barcarena (PA) em 2015, após a morte por afogamento de milhares de bovinos.

Hoje, há uma deputada, Jaqueline Cassol, do Progressistas (PP), de Rondônia, outro partido que tem se destacado pelo grande número de representantes que trabalham contra os animais, que tem reivindicado a habilitação de mais matadouros para exportação de carne bovina. Ela fala em um “represamento de 16 milhões de bovinos” que estão sem mercado.

O agronegócio pecuário no Brasil funciona assim. Ou seja, em tempos de crise ou de interesse por aumento da lucratividade, o interesse maior são as exportações de carne, e o custo ambiental é deixado para os brasileiros (mais desmatamento, mais animais expulsos de espaços naturais, mais emissões de carbono e mais descarte de resíduos).

Tudo isso é favorecido por políticos que são eleitos da maneira mais conveniente possível, visando garantir os interesses dessa classe. É surpreendente a quantidade de projetos de lei que chegam prontos no Congresso que são produzidos por associações ligadas à pecuária e à indústria de proteína animal. Enfim, o foco é sempre o chamado produtor, principalmente o grande, não o consumidor.

Não é difícil entender que o consumo de proteína animal, além de financiar a morte desnecessária de animais, ter claras implicações ambientais e favorecer a insegurança alimentar, significa a perpetuação de uma realidade em que o sistema alimentar é manipulado pelos interesses de uma minoria que é financiada por uma maioria.

Saiba quem são os políticos que já prejudicaram e querem prejudicar os animais.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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