Lula é convidado a integrar comitiva que estará na Conferência do Clima da ONU no Egito

Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que começa no domingo (6) em Sharm el-Sheikh, no Egito, pela primeira vez discutirá os sistemas alimentares. O evento ganhou um pavilhão que trará proteínas alternativas, como as carnes vegetais.

Também há expectativas em torno da participação brasileira no evento e o que acontecerá a partir de janeiro de 2023, com o fim do mandato de Jair Bolsonaro, que não participou da Conferência da ONU em 2021, apenas enviando um vídeo com duração de três minutos.

Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente no domingo (30), foi convidado a integrar a comitiva do Consórcio Amazônia Legal que participará da COP27.

“Estamos trabalhando muito pela regulamentação da economia de baixo carbono e Lula seria um reforço fundamental nesta luta para conjugar desenvolvimento econômico com sustentabilidade”, publicou o governador do Pará, Helder Barbalho, no Twitter.

À agência Reuters, a ex-ministra Marina Silva destacou que é importante que Lula tenha uma ampla representação na COP27, mesmo que não seja uma delegação oficial, já que ele assumirá a presidência somente no dia 1° de janeiro. Ainda não há confirmação se Lula participará ou enviará representantes.

Vale lembrar que a ONU foi criticada nas edições anteriores da conferência por não abordar quase o impacto negativo dos alimentos de origem animal e por servir uma grande diversidade de carnes e outros produtos de origem animal, embora já tenha publicado pesquisas destacando os benefícios de uma dieta à base de vegetais para o meio ambiente.

Essa mudança é avaliada como positiva, considerando o alcance global do evento e o grande número de autoridades e líderes que participam da conferência a cada ano. O Pavilhão de Sistemas Alimentares trará formuladores de políticas, cientistas e produtores ligados ao setor público e privado.

De acordo com a coalizão Food Systems Pavilion, transformar os sistemas alimentares do mundo poderia gerar US$ 4,5 trilhões anualmente em novas atividades econômicas, beneficiando a justiça social e a segurança alimentar, bem como o clima.

“É ótimo finalmente poder colocar os alimentos na agenda da COP27 e conversar com os governos sobre como nosso sistema alimentar global pode ser transformado de uma causa da mudança climática para uma solução”, disse Alice Ravenscroft, chefe de política do Good Food Institute (GFI) Europa.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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