OMS destaca benefícios de uma dieta sem carne e sem laticínios

Organização Mundial de Saúde também cita benefícios ambientais

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou uma revisão de evidências sobre o impacto de uma dieta à base de vegetais em relação à saúde, à sustentabilidade e ao meio ambiente.

Segundo a publicação de 14 páginas, dietas à base de vegetais têm o potencial não apenas de melhorar a saúde humana, mas também de reduzir os impactos ambientais associados ao consumo de alimentos de origem animal, como carne e laticínios.

“Alimentos associados aos maiores impactos ambientais negativos – como carne vermelha processada e não processada – são consistentemente associados aos maiores aumentos do risco de doenças”, aponta a publicação.

A OMS também pontua que a produção de alimentos vegetais, como frutas, verduras, legumes, grãos, leguminosas e oleaginosas, produz menos emissões de gases de efeito estufa do que os alimentos de origem animal.

“Mudar para dietas baseadas em vegetais também pode ajudar a prevenir a perda de biodiversidade. Essa mudança nos padrões alimentares pode reduzir significativamente o uso global da terra para a agricultura [que tem seu maior impacto concentrado na agropecuária], reduzindo a quantidade de terra necessária para pastagem e cultivo. É encorajador que a redução do consumo de carne vermelha processada e não processada tenha benefícios duplos para a saúde humana e planetária.”

Outra observação feita na publicação intitulada “Plant-based diets and their impact on health, Sustainability and the environment” é que a adoção de dietas à base de vegetais pode trazer grandes benefícios econômicos, porque pode reduzir os custos de saúde. Porém é feito um alerta de que a dieta, claro, precisa ser saudável – o que quer dizer priorizar alimentos naturais ou mais próximos dos naturais, como os integrais e minimamente processados.

Segundo a OMS, estima-se que em 2020 houve 2,4 milhões de mortes em todo o mundo atribuídas ao alto consumo de carne vermelha e processada, o que também gerou um custo de quase R$ 1,5 bilhão com cuidados de saúde.

“No geral, uma dieta predominantemente baseada em vegetais e com baixo teor de sal, gorduras saturadas e açúcares adicionados é recomendada como parte de um estilo de vida saudável. Essas dietas são amplamente associadas a um menor risco de mortalidade prematura e oferecem proteção contra doenças não transmissíveis (DNTs).”

Leia também “Dieta à base de vegetais é benéfica à memória“, “Consumo de carne pode aumentar risco de demência” e “Estudo conclui que veganos são mais saudáveis“.

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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