Consumo de carne pode aumentar risco de diabetes tipo 2

Conclusão é de um estudo publicado na revista científica de medicina The Lancet

De acordo com um estudo publicado na revista científica de medicina The Lancet, o consumo de carne e não apenas bovina, processada e não processada, pode aumentar o risco de diabetes tipo 2.

“A produção global de carne aumentou rapidamente nos últimos 50 anos. O consumo de carne na dieta ultrapassa as diretrizes dietéticas ideais em muitas regiões [incluindo o Brasil] e está correlacionado a um número elevado de doenças não transmissíveis, incluindo diabetes tipo 2. O diabetes tipo 2 afeta mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que afetará um bilhão de pessoas até 2050.”

A observação acima é feita no estudo que reuniu pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Cambridge, Universidade Harvard, Universidade de Chicago, Universidade de Navarra, Universidade Livre de Amsterdã e Universidade de Queensland, entre outras.

Os pesquisadores avaliam que o consumo de carne também terá influência, e como já vem ocorrendo, no aumento dos casos de diabetes tipo 2 até 2050. No estudo, eles analisaram 107.271 casos de diabetes tipo 2 identificados durante um acompanhamento médio de 10 anos.

“Concluindo, um alto consumo de carne foi associado a uma maior incidência de diabetes tipo 2 em uma meta-análise global baseada em participantes individuais. As descobertas atuais apoiam a noção de que reduzir o consumo de carne vermelha não processada e carne processada pode beneficiar a saúde pública ao reduzir a incidência de diabetes tipo 2”, consta no estudo.

“Além da pesquisa sobre diabetes tipo 2, nosso trabalho integrativo estimula mais investigações sobre padrões alimentares sustentáveis ​​para reduzir o consumo de carne e seu efeito em outras doenças não transmissíveis, multimorbidade e saúde planetária.”

Conforme o estudo, o consumo de carne pode afetar o risco de diabetes tipo 2 por meio de diferentes mecanismos causais que pioram a sensibilidade à insulina, a função das células β pancreáticas ou ambos.

“Por exemplo, a carne vermelha é rica em ácidos graxos saturados, mas pobre em ácidos graxos poli-insaturados, e a mudança de uma dieta rica em ácidos graxos saturados para uma rica em ácidos graxos poli-insaturados foi associada à melhora da resistência à insulina em uma meta-análise de ensaios de curto prazo”, consta.

“Além disso, a carne é caracterizada por seu alto teor de proteína, e algumas pesquisas indicaram uma potencial associação entre uma alta ingestão de proteínas animais e o aumento do risco de diabetes tipo 2.”

No estudo também é chamada a atenção para a importância do aprofundamento de estudos sobre a relação entre diabetes tipo 2 e o consumo de aves.

Clique aqui para ter acesso ao estudo “Meat consumption and incident type 2 diabetes: an individual-participant federated meta-analysis of 1·97 million adults with 100 000 incident cases from 31 cohorts in 20 countries“.

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Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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