França proíbe que produtos vegetais recebam nomes associados à carne

Foto: Business Wire

A partir de outubro, produtos à base de vegetais não poderão mais receber nomes associados à carne na França. Uma das exceções é a palavra “búrguer”.

“Não será mais possível usar termos próprios de setores tradicionalmente associados à carne e ao peixe para designar produtos não pertencentes ao mundo animal”, informa um decreto divulgado pelo governo.

A pressão tem sido maior em relação a produtos como bacon, bife e linguiça. O CEO da La Vie, Nicolas Schweitzer, que produz bacon à base de vegetais, classificou, por meio das redes sociais, a decisão como um “delírio”.

A ProVeg International definiu o decreto francês como um grande equívoco, porque, segundo a organização, servirá como estímulo à indústria de produtos de origem animal exatamente em um momento em que o consumo desses produtos precisa ser reduzido.

“A indústria de combustíveis fósseis precisa ser reformada, assim como as indústrias de carnes, laticínios, ovos, peixes e frutos do mar”.

Segundo a Reuters, a maior representante do lobby agrícola na França, a Federação Nacional dos Sindicatos de Produtores Agrícolas (FNSEA), declarou que o decreto não foi longe o suficiente.

Já a associação francesa da indústria de carnes Interbev afirmou que a decisão “deve ser estendida a toda a Europa”.

Ontem (5), divulgamos que o Departamento de Agricultura, Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural (DALRRD) da África do Sul anunciou a proibição do uso de termos associados à carne em rótulos de produtos vegetais (clique aqui).

No Brasil, o deputado mais empenhado em combater o uso de termos associados à carne para produtos à base de vegetais é Jerônimo Goergen (PP-RS), autor de projetos de lei que visam garantir essa proibição. Clique aqui para saber mais.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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