De acordo com um estudo publicado recentemente na revista científica Neuroscience, uma dieta à base de vegetais pode ajudar na prevenção da doença de Parkinson, assim como também pode contribuir para reduzir os seus sintomas.
“Uma dieta vegana atraiu interesse por seu potencial de prevenir a DP [doença de Parkinson] e retardar sua progressão. Sendo um distúrbio neurodegenerativo multifacetado, a DP apresenta ao indivíduo vários desafios. No entanto, os benefícios significativos para a saúde associados a uma dieta vegana a tornam uma opção atraente para prevenir e controlar essa doença debilitante”, consta no estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da California Northstate University.
No estudo de revisão, eles usaram como referência uma análise com dados de 126.283 participantes que receberam acompanhamento por mais de 11 anos. Os riscos mais reduzidos de desenvolvimento da doença de Parkinson foram observados naqueles que tinham uma dieta saudável à base de vegetais.
“Uma dieta vegana também pode desempenhar um papel significativo na prevenção de DP ao incorporar frutas, [outros] vegetais e grãos integrais, que são uma excelente fonte de antioxidantes e compostos anti-inflamatórios.” Observação positiva também é feita em relação ao consumo de castanhas e de chás.
Os pesquisadores pontuam que consumir alimentos funcionais ricos em antioxidantes pode proteger contra a oxidação de compostos moleculares e proteger o corpo dos efeitos dos radicais livres, que podem ser produzidos por meio do metabolismo celular normal ou por uma exposição a outros fatores externos, como raios ultravioletas e tabaco.
“Em termos de uma dieta vegana, diversos antioxidantes, como vitaminas C e E, polifenóis e carotenoides, trabalham sinergicamente para prevenir o desenvolvimento de espécies reativas de oxigênio (ERO) potencialmente prejudiciais nas mitocôndrias das células”, consta no estudo. Portanto, ao reduzir o estresse oxidativo geral, uma dieta vegana pode melhorar significativamente a saúde mitocondrial, onde a maioria dos antioxidantes são produzidos.
“Além disso, o consumo de frutas, [outros] vegetais e grãos integrais está inversamente associado ao risco de inflamação. Alimentos vegetais contêm certos compostos bioativos, especificamente carotenoides e flavonoides, que parecem modular e inibir processos inflamatórios no corpo humano.”
Também é apontado no estudo que a nutrição tem sido associada ao risco de desenvolver e controlar a doença de Parkinson. “Notavelmente, produtos lácteos e síndrome metabólica são fatores de risco que têm sido associados a um maior risco de desenvolver a doença. Uma meta-análise de 2018 descobriu que o risco relativo associado à síndrome metabólica estava positivamente associado à ingestão total de carne, carne vermelha e carne processada […].”
Por outro lado, uma boa dieta à base de vegetais, referenciada também no estudo como vegana, é apontada como potencialmente benéfica devido à sua alta biodisponibilidade de compostos antioxidantes e anti-inflamatórios.
“No entanto, uma variabilidade nas respostas de biomarcadores inflamatórios e uma necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos de longo prazo das dietas veganas na doença de Parkinson são cruciais.”
Clique aqui para ter acesso ao estudo “Outcomes of dietary interventions in the prevention and progression of Parkinson’s disease: A literature review“.
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